"Vivemos cercados por nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido" Luis Fernando Veríssimo
Já diz o ditado popular que o que não tem remédio, remediado está. Porém, descobri recentemente com o meu marido que para vários problemas, existe sim um remédio e ele se chama massa número dois. Raspou a roda do carro ao estacionar? Passa massa número dois. Riscou a lataria e quer esconder? Massa número dois. Essa frase se transformou num bordão tão engraçado que agora é a nossa piada interna lá em casa. Faltou dinheiro no fim do mês? Dá-lhe massa número dois.
Usar a “massa número dois” é para
nós um exercício de paciência e adaptação. Sempre que pensamos num problema
como algo impossível de solucionar, lembramos que é preciso criatividade para
enfrentar todas as adversidades. Afinal, precisamos sobreviver. É como dizem:
tudo tem seus prós e contras.
Saindo do universo do nosso
lar e partindo para o coletivo, percebemos que a economia nacional (com todas
as suas variáveis) está afetando as pessoas através da atual crise. Mas pera
aí! Economia... crise... o que existe de positivo em não conseguir comprar tudo
o que a gente precisa no mercado, encher o tanque do carro, pagar a creche dos
filhos ou ter dificuldade pra quitar as contas de água, luz e internet?
Explico. Em tempos de crise, a
gente aprende que em primeiro lugar, não precisa de tudo o que está na lista do
super. Sabe aquela sobra do churrasco no domingo? Vira carreteiro na segunda!
Ao invés de comprar o bolo pronto na padaria, por que não comprar a farinha, o
fermento, o chocolate em pó e fazer em casa? É uma ótima distração e ainda
economiza. Pesquisar é importante. Aprendi a visitar outros estabelecimentos,
descobrir os dias nos quais há promoção de amaciante, me permiti comprar novas
marcas de sabão em pó que custam a metade do preço - e pasmem! Dá pra comprar!
Lava tão bem quanto o mais caro.
Passei a me desafiar. Adaptei
minha rotina e meus horários para deixar o carro na garagem e ir trabalhar de
ônibus. Adorei! Encontrei vários colegas que sequer imaginava serem meus
vizinhos, fiz novas amizades. Não sinto falta do automóvel e economizo 2/3 do
que gastava antes com transporte particular.
Não tenho filhos, mas vários
colegas meus tem e precisaram trocá-los de escolinha. Optaram pela instituição
pública, por sua vez gratuita. Descobriram que a infraestrutura não deixa nada a
desejar, que a equipe que acompanha é tão boa quanto a anterior e as crianças
se sentiram mais à vontade.
A conta de energia aumentou, e
a de água já era cara. O que fazer? Reaproveitar a água da máquina é a resposta
para várias perguntas do dia a dia. Usar a água do enxágue para limpar o piso
da casa é ótimo. Banhos mais breves também contribuem para uma conta de energia
mais barata.
E quanto à internet.... bem.
Não existe receita que funcione para todo mundo. Até mesmo porque ela é
importante para o trabalho de muitas pessoas. Mas no que diz respeito ao seu uso
em redes sociais, que tal investir mais tempo no relacionamento presencial? A “massa
número dois” pode ser o remédio para muitos problemas, mas ela ainda não é
capaz de edificar amizades e nem tão pouco mantê-las.
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